enciclopédia digital master milênio
Menu Principal
Procure pelo verbete:
Ex: diamante AND áfrica
  Zumbi de Palmares
ÍNDICE
 

Menorah em Israel

Nasceu no começo de 1655 num dos mocambos de Palmares, hoje estado de Alagoas, mas que na época integravam a capitania de Pernambuco. Logo após a expulsão dos holandeses (1654), o governador de Pernambuco Francisco Barreto, enviou a primeira expedição contra Palmares. Numa das povoações do quilombo foi capturada uma criança com poucos dias de vida.

A criança foi dada ao padre português Antônio Melo da povoação de Porto Calvo. O padre voltou para Portugal em 1682, indo instalar-se em Santarém. O pretinho foi batizado com o nome de Francisco, este aprendeu a ler e aos dez anos tornou-se coroinha, aprendendo o latim.

Em 1670, então com quinze anos, Zumbi foge para viver com os negros de Palmares e trocou seu nome cristão por um africano. Dois anos depois a povoação ou mocambo que o acolheu nomeou-o "maioral", e esta comunidade passou a ser designada Zumbi por parte dos portugueses.

Em 1673 derrota a expedição de Antônio Jácome Bezerra e torna-se um "cabo de guerra" e, em 1677, durante a expedição de Fernão Carrilho, transforma-se no comandante-geral das forças do Quilombo de Palmares, porém ainda subordinado a Ganga-Zumba. Sofre um ferimento durante a expedição comandada por Manuel Lopes Galvão que o deixou manco.

Ao mesmo tempo que ampliava seu poder em Palmares, Zumbi procurava minar o de Ganga-Zumba, cujas funções correspondiam a de um chefe de Estado. A conspiração ampliou-se, Ganga-Zumba foi envenenado e seus homens mais fiéis massacrados, iniciando uma luta de facções. Zumbi diferente de Ganga-Zumba era contrário a qualquer compromisso mais estreito com as autoridades portuguesas, principalmente no que tangia a promessas.

Em 1680 colunas-volantes de negros palmarinos atuavam na região, atacando povoações e plantações, apoderando-se de armas e munições.

Em julho de 1683 Carrilho marcha novamente sobre Palmares, não obtendo grandes resultados e o governador João de Souza o destitui alegando sua falta de empenho e por ter entrado em negociações com Zumbi. Porém o mesmo governador teve de recorrer às negociações por falta de dinheiro que pagasse uma nova expedição.

Um novo governador, João da Cunha Souto Maior, chega a Pernambuco em 1684. Este prosseguiu negociações com os palmarinos até 1686, quando foi obrigado a suspendê-las devido à impaciência dos senhores de engenho. Com muita dificuldade, organizou uma nova expedição e a ofereceu a Fernão Carrilho que se encontrava preso devido às ordens do ex-governador João de Souza. Carrilho partiu de Alagoas a 10 de janeiro de 1687 e sua campanha novamente acabou por fracassar.

Segundo Décio Freitas em seu Palmares: A Guerra dos Escravos: "Os bandeirantes foram, pois, uma tropa de choque a serviço do colonialismo português, e não outra coisa" (pg. 141), "sua sanguinária ferocidade, sua incrível resistência à fome e seu íntimo conhecimento do sertão faziam deles o elemento humano ideal para o combate aos palmarinos" (pg. 142). Assim, em 3 de março de 1687, o governador Souto Maior assinou um protocolo com os enviados do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, que se mostrou disposto a empreender uma campanha contra Palmares. Sendo que o governador fornecer-lhe-ia todo o material necessário à expedição e em troca Jorge Velho comprometia-se a destruir todos os negros levantados, tendo o direito de lucrar com a venda dos capturados e recebendo como doação as terras de Palmares.

Em 1689 os palmarinos continuavam espalhando terror na região de Alagoas, enquanto Domingos Jorge Velho combatia no Rio Grande do Norte uma rebelião de índios Janduins. Somente em 1691, após intensos esforços do novo governador de Pernambuco (1690), Antônio Félix Machado da Silva, marquês de Montebelo conseguiu que Jorge Velho seguisse para Pernambuco, de onde partiu para atacar Palmares. O primeiro encontro foi muito mal sucedido para o lado do bandeirante paulista.

Em março de 1693 o rei D. João IV nomeia Caetano de Melo e Castro para governar Pernambuco e em 9 de abril ratifica o acordo celebrado com Jorge Velho. Em novembro começam a chegar tropas e mantimentos em Porto Calvo, escolhida como centro de operações contra o Quilombo.

Segundo Décio Freitas "este exército somava ao todo - incluída a força de Domingos Jorge Velho - mais ou menos nove mil homens (...) Em todo caso, eram forças militares como nunca antes a colônia vira. Pode aquilatar sua importância à luz do fato de que os holandeses haviam conquistado Pernambuco com pouco mais de sete mil homens" (pg. 157).

Iniciou o ataque a Palmares em janeiro de 1694. Em 3 de fevereiro chegaram seis canhões, em 6 de fevereiro a cidadela negra havia sido tomada, porém Zumbi conseguira escapar com vida.

Em novembro de 1695 um dos lugar-tenente de Zumbi foi capturado e denunciou-lhe o esconderijo, onde foi armada uma emboscada em que este veio a falecer em 20 de novembro de 1695.

O corpo de Zumbi foi levado até Porto Calvo, onde foi apresentado. Depois de morto sua genitália fora decepada e o pênis enfiado na boca; sua cabeça em seguida fora decepada, salgada e mandada espetar no lugar mais público de Recife.

 


Nesta Edição
Proclamação da República
Aristóteles
Zumbi de Palmares
Castelos