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  Museu do Louvre
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Palácio do Louvre

O Museu do Louvre, instalado no palácio do mesmo nome, situa-se em Paris, mais precisamente junto ao Palácio das Tulherias, tendo sido inaugurado em 1793. Era originariamente uma fortaleza medieval construída sob o reinado de Filipe Augusto por volta de 1200 para melhorar as defesas de Paris. O Louvre manteve a aparência de castelo feudal até o final do reinado de João, o Bom (1364). Nessa época, os reis davam preferência a fixar residência no Palácio da Cidade e no "Louvre", onde armazenavam metais preciosos, tecidos, jóias, mobiliário, moedas e, enfim, todos os seus tesouros. Também lá prendiam os seus inimigos. O ar demasiadamente austero da fortaleza começou a ser modificado por Carlos V, cognominado o Sábio. Ele contratou o arquiteto Raymond du Temple para realizar as mudanças no castelo. Mas ele próprio não foi viver lá: Carlos V residia ora no Hôtel Saint-Paul, ora no Palácio da Cidade. Sua biblioteca, com novecentos manuscritos, esta sim foi transferida para o Louvre. Em 1378 recebeu o imperador Carlos IV no Louvre, em cujos jardins foram colocados uma granja com celeiros e eiras, um aviário e uma estufa com leões. Mas com a guerra civil, os ingleses e as desordens, tem-se a ruína do Louvre dessa época. Com Luís XI torna-se de novo uma prisão e com Luís XII tem-se um arsenal. Como se não bastasse, em 1527 o rei mandou demolir a Torre Grande.

Francisco I, que iria receber Carlos V, em 1540 cuidou da restauração interna do Louvre. Mas a estrutura arquitetônica do edifício destoava tremendamente do seu interior. O arquiteto Pierre Lescot foi contratado para a construção do novo palácio em 1546. Em 1547 morreu Francisco I que o admitira. O sucessor de Francisco I foi Henrique II. Após a morte deste último, o novo Louvre passa a ser realmente uma residência régia.

Os projetos da Pequena Galeria do Louvre são atribuídos a Jacques Androuet du Cerceau, que foi contratado em 1582, sucedendo a Pierre Lescot. Em 1596, um novo arquiteto foi nomeado sob Henrique IV: Louis Métezeau. Foi encarregado da construção de parte da Grande Galeria. Androuet du Cerceau foi incumbido, na Grande Galeria, do Pavilhão Lesdiguières ao Pavilhão de Flora. Henrique IV alojava no próprio Louvre os carpinteiros, pintores, ourives, escultores e tecelões, com o intuito de possibilitar maior rendimento ao serviço da arte e aumentar o prestígio da produtividade nacional.


Gioconda

Sob o reinado de Luís XIII, que adotou residência em Versalhes, novas modificações no edifício do Louvre foram empreendidas: o Cardeal de Richelieu mandou demolir a Torre da Biblioteca e respectivo corpo, da época de Filipe Augusto, pois não tolerava nada que lembrasse o poderio feudal. Jacques Lemercier construiu neste novo espaço o Pavilhão do Relógio-o atual Pavilhão de Sully.

Com Luís XIV e Mazarino, o Louvre continuou o seu rejuvenescimento até o desaparecimento cabal das suas vestimentas feudais. As partes novas do museu foram trabalhadas por quinze anos, destacando-se os nomes de Le Brun e Le Vau.

Em 1665, com Colbert, grande organizador da estabilização financeira da França, iniciou-se o interesse pela fachada principal do Louvre. O projeto da colunata de Claude Perrault foi o escolhido pelo rei Luís XIV; Le Brun aperfeiçoou-o e Le Vau o construiu. No Palácio do Louvre, até então, realizavam-se festas, bailes, espetáculos, o teatro de Molière e de Corneille, música e, enfim, toda a vida vibrante dos reis e rainhas da França. Colbert leva o rei Luís XIV a colecionar obras de arte no Palácio. Começou, assim, uma das coleções mais famosas do mundo: a do Louvre. Obras como a Gioconda de Leonardo da Vinci e outros inúmeros trabalhos italianos são adquiridos, além de obras de Holbein, Van Dyck, Giorgione e Correggio, sendo que, quando Luís XIV subiu ao trono da França, a coleção estava por volta de duzentos quadros e, ao fim de seu reinado, já chegavam a dois mil. As obras, raras vezes, podiam ser apreciadas por estrangeiros importantes, homens da corte e do povo.

Em 1678, o Palácio de Versalhes tornou-se a residência oficial dos reis. O Louvre, com seus salões vazios, passou a agregar academias: Academia da Arquitetura, da Escultura, da Pintura, das Ciências e outras. Essas organizações acadêmicas realizavam sessões públicas, as quais traziam um considerável público ao Louvre.

Quando Luís XV era ainda um garotinho residente no Palácio das Tulherias, o Palácio do Louvre já estava necessitando de reparos e muitos cuidados novamente. Havia partes do palácio que caminhavam para a ruína por não terem sido concluídas. Nesse momento da história do Palácio do Louvre, entra em cena uma famosa marquesa: Madame Pompadour. Entre inúmeras melhorias há que destacar a reabertura dos canteiros do Louvre em 1753. Já nessa época articulava-se a feliz idéia de fazer do Louvre um museu.


Vênus de Milo

Em 1774, sob Luís XVI (1774-1792), começaram os preparativos para a exposição permanente. Mas tal era o estado da Grande Galeria do Louvre que, antes de qualquer melhora, tiveram de expulsar os morcegos que ali se encontravam. Com a Revolução de 1789, as coleções particulares da Igreja e dos aristocratas que abandonaram a França foram confiscadas em larga escala. Em 1791, numa assembléia, Barrère diz: "É preciso restaurar o Louvre e fazer dele um museu célebre!" A idéia, aceita em 10 de agosto de 1792, tomou corpo a 27 de julho de 1793, quando a Convenção Nacional, através de decreto, solicitou que todos os objetos artísticos provindos de invasões e saques revolucionários a solares, conventos e igrejas, bem como da antiga Casa Real, fossem levados ao acervo do Louvre. Em agosto de 1793 houve uma exposição de quinhentos e trinta e sete quadros em parte da Grande Galeria, que fechou e abriu várias vezes por falta de instalações adequadas à ordenação das obras.

Em 1798, chegaram ao Louvre, através do general Napoleão Bonaparte, obras de arte dos países conquistados e obras-primas da Antigüidade e do Renascimento vindas da Itália .Mas em novembro de 1815 mais de cinco mil dessas riquezas já estavam novamente em seus países, à exceção de umas cem obras que estão até hoje no Louvre.

As modificações na construção do Palácio do Louvre para aumentar seu tamanho e embelezá-lo continuaram tanto sob Napoleão I (Bonaparte) quanto sob os poderes parlamentar e da Segunda República (período subseqüente ao de Napoleão I) .Porém, o estilo clássico prevalece no atual Louvre.

Sob o governo de Napoleão III, foi lançado em 12 de março de 1852 o decreto que ordenava a conclusão do Palácio do Louvre. O projeto geral teve como autor o arquiteto Visconti, que morreu em 1854. Seu sucessor foi o arquiteto Lefuel. A conclusão deu-se em cinco anos, a 14 de agosto de 1857. Napoleão III, em 1863, fez crescer bastante o acervo com a compra de admiráveis coleções. La Caze legou ao Louvre oitocentos quadros, cinco anos após, tendo entre eles Rubens, Rembrandt, Fragonard, Watteau e outros.

O acervo do Louvre está estruturado em seis departamentos:

- departamento de antigüidades orientais: Suméria, Palmira, Assíria, Síria, Palestina, Cartago, Fenícia e Chipre;

- departamento de antigüidades egípcias;

- departamento de antigüidades gregas e romanas

- departamento de pinturas e desenhos

- departamento de escultura

- departamento de objetos artísticos: jóias da coroa, representações de todas as artes decorativas a partir da Idade Média.

O Louvre possui também uma seção de antigüidades cristãs, tratando-se de uma imensa biblioteca de arte e arqueologia que consta de mais de oitenta mil volumes; um setor laboratorial para a análise científica das obras pertencentes à instituição, fundado em 1931; e a Escola do Louvre, que ensina Arte e Arqueologia, voltando-se à formação técnica e de conservação, tendo sido fundada em 1881.

Obras muito conhecidas como a Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia encontram-se no Louvre. O Louvre concentra obras de todos os tempos e lugares, num acervo monumentalmente extenso.

 

 


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